Sobre José Craveirinha e Hilda Hilst falam Maria de Lurdes Sampaio e Inês Castro e Silva. José Caldas lê Clarice Lispector. Amanhã, no No Feminino Com, às 18h30. A não perder.
Sobre José Craveirinha e Hilda Hilst falam Maria de Lurdes Sampaio e Inês Castro e Silva. José Caldas lê Clarice Lispector. Amanhã, no No Feminino Com, às 18h30. A não perder.
Pedro foi, em simultâneo, carrasco e salvador de Inês. Deixo de lado os encantamentos macabros da história. Pedro podia ter salvo Inês da morte: pelo clima político, podia adivinhar o destino que Afonso IV preparava. Alguns diriam que, se realmente a amasse, Pedro a teria deixado viver. Consideram assim que o Príncipe não tinha mais que uma doentia paixão carnal pela dama espanhola e que, mais tarde, se tornou obsessão e psicose. Por outro lado há os que acreditam na ingenuidade de Pedro. E há um terceiro grupo que sugere que Pedro não foi ingénuo e que, dando-lhe a morte, salvou Inês na imortalidade. De facto, quantas amantes de reis portugueses sobreviveram ao tempo na boca do povo? Três hipóteses, todas com o seu quê de romântico (a loucura, a inocência, a imortalidade). A fusão das três narrativas resulta em algo de brilhante: a salvação de Inês do limbo do esquecimento e a tentativa eterna da redenção de Pedro.
Suscitado por isto.