
Hoje foi dia de ir aos arquivos paternais ver que tesouros lá me esperavam. Trouxe uns quantos volumes de Eça, uns quantos de Camilo, e mais uns quantos autores familiares. Não esperava encontrar nenhuma primeira edição valiosa, mas também não esperava encontrar estes dois meninos.

À esquerda temos um exemplar de Estrada de Santiago, de Aquilino Ribeiro, sem data (mas certamente pós-1945) da Bertrand, em extraordinário bom estado, considerando que estava guardado em péssimas condições.


À direita, uma edição de bolso da Livraria Lello de O Primo Bazílio, de Eça de Queirós, datada de 1944.


Enfim, não serão exactamente tesouros, mas são dois exemplares que já trazem em si o pó dos anos e dos livros.
Esta busca pela biblioteca do meu pai foi curiosa. Ele foi um homem capaz de ler Flaubert e, ao mesmo tempo, Konsalik. Vi, nos seus livros velhos, um leitor ávido a quem nunca foi permitido, por todas as dificuldades económicas e culturais do seu tempo, formar-se completamente. Devo-lhe a ele o meu gosto pela literatura. E agora, umas dezenas de exemplares também.