Uma das piores notícias dos últimos dias: as Quasi estão em processo de falência. Como disse o José Mário Silva, tinham uma excelente colecção de poesia brasileira (ele esqueceu-se, espero eu, de falar da Ana Cristina César), uma boa colecção de Ensaios (Fernando Guimarães, Pedro Eiras) mas, acima de tudo, não tinham medo de apostar em novos autores. Foram as Quasi que me mostraram, por exemplo, o Vasco Gato (que, todavia, publicou um livro na Assírio), o Jorge Melícias, o Tiago Araújo, o Rui Lage, o Nuno Rocha Morais. Editaram a obra completa do Daniel Faria, e isso desculpa todos os erros. Nestes tempos certamente difíceis, deixo um abraço ao Jorge Reis-Sá.
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Caminho numa vaga surrealista #4
9 de Agosto de 2009ars magna
Devo ter corredores por onde ninguém passe devo ter um mar próprio e olhos cintilantes
devo saber de cor o ceptro e a espada
devo estar sempre pronto para ser rei e lutar
devo ter descobertas privativas implicando viagens ao grande imprevisto
de um pássaro as ossadas de uma ilha a floresta do teu peito o animal que inanimado canta
devo ser Júlio César e Cleópatra a força do Dniepper e o carmim dos olhos de El-Rei D. Dinis
devo separar bem a alegria das lágrimas
fazer desaparecer e fazer que apareça
dia sim dia não
dia sim dia não
devo ter no meu quarto espelhos mais perfeitos técnicas mais sérias prestígios maiores
devo saber que és forte e amplo transparente e colher-te murmúrio flébil aureolado
que eu arranco da luz que encharca o mundo
dia sim dia não dia sim dia não
devo portar-me bem à saída do teatro
devo dar e tirar as chaves do universo
num passo ágil belo natural
e indiferente ao triunfo aos castigos aos medos
fitar unicamente, sob as luzes da cúpula, o voo tutelar da invisível armada
CESARINY, Mário
1981 Manual de Prestidigitação, 2º Edição, Assírio & Alvim, Lisboa, 2005, p. 135.

José Mário Silva comenta os três prémios APE
10 de Julho de 2009José Mário Silva comentou no seu blog os três grandes prémios da Associação Portuguesa de Escritores. São eles:
– Grande Prémio da Crónica: José Cutileiro;
– Grande Prémio de Poesia: Armando Silva Carvalho;
– Grande Prémio de Romance e Novela: Julieta Monginho.

A batalha dos Josés
7 de Julho de 2009Não é batalha nenhuma, nem polémica, nem sei o que será. Mas é de admirar ver, pela primeira vez, uma reacção directa de José Saramago a uma crítica, neste caso de José Mário Silva. O crítico também já ripostou, aqui.

agradecimento #1
17 de Junho de 2009Ao Bibliotecário de Babel por, mais uma vez, falar deste blog – agora publicitando a nova morada.